Fichamento do filme Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade
Por Manuela Rosa Coura
Este fichamento é produto de uma pesquisa de iniciação científica que se realizou entre fevereiro de 2023 e junho de 2024, sob orientação do Prof. Marcos Napolitano e com bolsa de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Os objetivos foram, em primeiro lugar, interpretar o filme Os Inconfidentes (1972), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, a partir da análise das opções técnicas, estéticas e historiográficas da obra, tendo-se em mente as características do cinema moderno –, situando a historicidade do filme na filmografia brasileira. Além disso, relacionar, a partir da investigação primária, a natureza da escrita da história da Inconfidência Mineira manifesta no filme com a própria história oficial do acontecimento histórico. Por fim, investigar e levantar hipóteses acerca das intencionalidades do filme em trazer à cena a história da Inconfidência Mineira, em 1972 (não só o evento da Inconfidência em si, mas – sobretudo – certa leitura histórica sobre esta) no contexto da ditadura militar, a saber, em seu auge repressivo.
Em termos práticos, os procedimentos essenciais para a análise do filme nesta pesquisa seguiram a abordagem do “específico fílmico”, possível através de um conjunto de práticas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação. Partiu-se, assim, de um fichamento detalhado da obra, buscando aproximar-se de sua decupagem. Dessa forma, plano a plano, discriminadas as minutagens, a obra é decomposta levando em conta seus diversos códigos de linguagem, dentre os quais estão o código verbal, o código visual e o código sonoro. Essa operação desvela o projeto de narrativa fílmica da obra, bem como a matéria histórica e o material historiográfico ali entranhados.
Após alguns estudos sobre quais pontos práticos fariam sentido, para esta obra, de serem destacados no processo de fichamento, chegou-se a uma tabela composta por cinco eixos essenciais, quais sejam: sequência e minutagem; descrição dos planos e imagens; elementos sonoros; fontes históricas; e análise.
No primeiro eixo, destaca-se o título da sequência discriminada, de acordo com o roteiro original do filme (cuja consulta física foi possível no acervo da Cinemateca Brasileira), seguido de sua minutagem.
O segundo eixo descreve, de forma literal e detalhada, a imagem dos planos de cada sequência. Nesse eixo, os diálogos das personagens são também inseridos. Trata-se de uma coluna essencial para o fichamento e posterior análise do filme, pois considera os movimentos de câmera, a dramaturgia, a caracterização dos ambientes, dos figurinos etc.
O terceiro eixo traduz em palavras os códigos sonoros presentes em cada sequência, considerando não somente a trilha musical, mas também a sonoplastia, entre ruídos, silêncios, além de voz off ou voz over.
O quarto eixo, que diz respeito à investigação da fonte utilizada para a montagem da sequência, é singularmente importante para a decupagem analítica de Os Inconfidentes, uma vez que o filme é inteiramente produzido a partir de materiais históricos e historiográficos de diferentes épocas e naturezas. Assim, sabendo da fonte histórica inspiradora da cena, pode-se analisar se, e como, esta corrobora, subverte ou ao menos transforma a perspectiva histórica apropriada.
Por fim, o quinto eixo diz respeito à análise propriamente, isto é, a interpretação de sentidos que se podem depreender de cada cena. A análise, assim, só é possível de ser elaborada a partir do preenchimento descritivo dos eixos anteriores. Uma vez descritas detalhadamente, as sequências da obra são exploradas e examinadas sob diversos ângulos, desvelando o projeto de narrativa fílmica da obra, bem como a matéria histórica e o material historiográfico ali entranhados. A partir do fichamento e da análise detalhada do filme, chegamos a algumas definições frutíferas para a proposta da pesquisa.
Este fichamento é produto de uma pesquisa de iniciação científica que se realizou entre fevereiro de 2023 e junho de 2024, sob orientação do Prof. Marcos Napolitano e com bolsa de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Os objetivos foram, em primeiro lugar, interpretar o filme Os Inconfidentes (1972), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, a partir da análise das opções técnicas, estéticas e historiográficas da obra, tendo-se em mente as características do cinema moderno –, situando a historicidade do filme na filmografia brasileira. Além disso, relacionar, a partir da investigação primária, a natureza da escrita da história da Inconfidência Mineira manifesta no filme com a própria história oficial do acontecimento histórico. Por fim, investigar e levantar hipóteses acerca das intencionalidades do filme em trazer à cena a história da Inconfidência Mineira, em 1972 (não só o evento da Inconfidência em si, mas – sobretudo – certa leitura histórica sobre esta) no contexto da ditadura militar, a saber, em seu auge repressivo.
Em termos práticos, os procedimentos essenciais para a análise do filme nesta pesquisa seguiram a abordagem do “específico fílmico”, possível através de um conjunto de práticas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação. Partiu-se, assim, de um fichamento detalhado da obra, buscando aproximar-se de sua decupagem. Dessa forma, plano a plano, discriminadas as minutagens, a obra é decomposta levando em conta seus diversos códigos de linguagem, dentre os quais estão o código verbal, o código visual e o código sonoro. Essa operação desvela o projeto de narrativa fílmica da obra, bem como a matéria histórica e o material historiográfico ali entranhados.
Após alguns estudos sobre quais pontos práticos fariam sentido, para esta obra, de serem destacados no processo de fichamento, chegou-se a uma tabela composta por cinco eixos essenciais, quais sejam: sequência e minutagem; descrição dos planos e imagens; elementos sonoros; fontes históricas; e análise.
No primeiro eixo, destaca-se o título da sequência discriminada, de acordo com o roteiro original do filme (cuja consulta física foi possível no acervo da Cinemateca Brasileira), seguido de sua minutagem.
O segundo eixo descreve, de forma literal e detalhada, a imagem dos planos de cada sequência. Nesse eixo, os diálogos das personagens são também inseridos. Trata-se de uma coluna essencial para o fichamento e posterior análise do filme, pois considera os movimentos de câmera, a dramaturgia, a caracterização dos ambientes, dos figurinos etc.
O terceiro eixo traduz em palavras os códigos sonoros presentes em cada sequência, considerando não somente a trilha musical, mas também a sonoplastia, entre ruídos, silêncios, além de voz off ou voz over.
O quarto eixo, que diz respeito à investigação da fonte utilizada para a montagem da sequência, é singularmente importante para a decupagem analítica de Os Inconfidentes, uma vez que o filme é inteiramente produzido a partir de materiais históricos e historiográficos de diferentes épocas e naturezas. Assim, sabendo da fonte histórica inspiradora da cena, pode-se analisar se, e como, esta corrobora, subverte ou ao menos transforma a perspectiva histórica apropriada.
Por fim, o quinto eixo diz respeito à análise propriamente, isto é, a interpretação de sentidos que se podem depreender de cada cena. A análise, assim, só é possível de ser elaborada a partir do preenchimento descritivo dos eixos anteriores. Uma vez descritas detalhadamente, as sequências da obra são exploradas e examinadas sob diversos ângulos, desvelando o projeto de narrativa fílmica da obra, bem como a matéria histórica e o material historiográfico ali entranhados. A partir do fichamento e da análise detalhada do filme, chegamos a algumas definições frutíferas para a proposta da pesquisa.