DOCUMENTÁRIOS
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O levantamento filmográfico[1] a seguir reúne os documentários, realizados entre 1964 e 2014, que tratam do regime militar brasileiro a partir de diversas perspectivas e com diferentes abordagens.
Dentre eles, há filmes que evocam diretamente aspectos da ditadura militar, abordando ou o processo como um todo (O dia que durou 21 anos, 2014, de Camilo Tavares, por exemplo) ou a resistência em suas múltiplas facetas. Neste último caso, encontramos biografias de personagens importantes na luta pela democracia, como Dom Helder Câmara – O santo rebelde (2004), de Érika Bauer ou Sobral – o homem que não tinha preço (2013), de Paula Fiúza. Tais cinebiografias não se concentram necessariamente no período 1964 – 1985, mas destacam a atuação política fundamental de setores da sociedade civil no enfrentamento ao governo de então. A cultura e suas manifestações durante o regime militar também ganharam lugar neste levantamento. Um filme como Dzi Croquettes (2009), de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, por exemplo, discute, por meio da trajetória do grupo, questões de gênero importantes para o entendimento da cultura e da política daquele período. A escolha de 1964 para dar início a esse levantamento diz respeito ao fato de que temos em uma obra como Maioria Absoluta (1964), de Leon Hirszman, filmada em 1963, lançada no ano do golpe e interditada pela censura até 1980, o diagnóstico dos problemas sociais que afetam o Brasil, apontando os caminhos para sua superação. Neste sentido, o do registro dos movimentos sociais que, de uma forma ou de outra, questionaram o regime militar, encontramos no levantamento documentários sobre o movimento estudantil e operário ou as associações de moradores de bairro (como é A história dos ganha-pouco, 1977, de Roberto Gervitz, Sérgio Segall e Sérgio Magini), grupos sociais que sofreram a ação repressiva e que buscaram, na luta cotidiana ou nas campanhas pela melhoria de sua qualidade de vida, alternativas à situação. Trata-se, enfim, de levantamento amplo, sujeito a aprimoramentos que, esperamos, sejam realizados a partir das contribuições dadas pelos pesquisadores do tema. A base de pesquisa foi o catálogo de filmografia da Cinemateca Brasileira, disponível em <http://www.cinemateca.gov.br/bases/FILMOGRAFIA/>, de onde retiramos as datas de referência (ano de produção/lançamento), o nome original do filme e o(s) nome(s) do(s) diretor(es). A tabela também inclui a indicação de metragem de cada documentário ao lado do seu nome original, sendo [C] para curtas, [M] para médias e [L] para longas-metragens[2] e o link para a entrada do filme no banco de dados da Cinemateca Brasileira (para acessar, basta clicar sobre o nome do documentário). Para os filmes cuja ficha técnica não está disponível no catálogo da Cinemateca Brasileira elaboramos fichas nas quais constam as informações disponíveis. Este levantamento atualizado que se apresenta teve como ponto de partida outros levantamentos de documentários anteriormente realizados, entre eles um que incluía também filmes de ficção, feito por Mônica Kornis, a quem agradecemos. Alguns filmes possuem verbetes disponíveis na Enciclopédia Itaú Cultural, disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/>. Para acessá-los basta clicar na palavra "verbete" ao lado de cada filme. Os filmes que possuem duas datas de referência tiveram seu lançamento retardado por motivo de censura. No caso de Cabra marcado pra morrer, de Eduardo Coutinho, desconsideramos a data de 1964, na medida em que o filme lançado em 1984 não corresponde a uma continuidade/retomada da produção iniciada em 1964, mas sim uma reelaboração da proposta inicial que resultou num documentário bastante diferente daquele inicialmente pensado pelo projeto interrompido pelo golpe. [1] Esse levantamento, coordenado por Eduardo Morettin e realizado pelos bolsistas Mariana Rosell, Rafael Dornellas Feltrin e Bruna Tsarbopoulos de Resende, faz parte do projeto de pesquisa "Cinema e história no Brasil: estratégias discursivas do documentário na construção de uma memória sobre o regime militar" (2014 a 2016), financiado pelo CNPq, e do Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo. [2] Para essa classificação, utilizamos como parâmetro as seguintes definições de duração: curtas = até 30 minutos, médias = de 30 minutos até 70 minutos e longas = a partir de 70 minutos. Na base de pesquisa da Cinemateca Brasileira, não é utilizada a categoria de médias-metragens, contudo, achamos importante diferencia-los dos documentários de até 30 minutos. A Filmografia é melhor visualizada nos navegadores Safari e Google Chrome |
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