FILMES DE FICÇÃO
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O levantamento filmográfico[1] a seguir reúne os filmes de ficção que tratam do regime militar brasileiro a partir de diversas perspectivas e com diferentes abordagens. São obras que, produzidas entre 1964 e 2013, constituem representações diretas ou alegóricas do tema e do período. Em algumas delas, porém, o uso do contexto histórico serve como pano de fundo para abordar outros temas. Dentro deste quadro geral, são várias as possibilidades de agrupamento e recortes da lista agora disponível.
Entre o golpe de 1964 e a promulgação do AI-5 em 1968, o cinema foi um dos primeiros a responder à crise instaurada, como fica bem claro em filmes-diagnóstico, como O desafio (1965) de Paulo César Saraceni, A derrota (1966) de Mário Fiorani e, principalmente, Terra em transe (1967) de Glauber Rocha, obra-chave para a compreensão da cultura brasileira no final dos anos 1960. Uma ácida crítica ao governo autoritário, por meio daquilo que poderíamos chamar de guerrilha cultural, se configurou em trabalhos como Blablabla (1968) de Andrea Tonacci, Manhã Cinzenta (1968), de Olney São Paulo e Dezesperato (1968), de Sérgio Bernardes Também tivemos no cinema o questionamento do projeto de modernização conservadora empreendido pelo regime nos anos 1970, sendo exemplares nesse sentido Iracema - uma transa amazônica (1974) de Jorge Bodansky e Orlando Senna, A queda (1978) de Rui Guerra e, em outra chave, Zézero (1974) de Ozualdo Candeias. A memória da luta armada, tema muito frequente nos recentes documentários brasileiros, ocupou Ação entre amigos (1998) de Beto Brant, Cabra-cega (2003) de Toni Venturi, Hoje (2011) de Tata Amaral, e, por fim, Cara ou Coroa (2012) de Ugo Giorgetti. Ligado a este tema, há outro conjunto de filmes que constrói uma narrativa da ausência, sendo esta provocada pela luta contra o governo autoritário, como é o caso de Nunca fomos tão felizes (1984) de Murilo Salles e O ano em que meus pais saíram de férias (2006) de Cao Hamburger e Claudio Galperin. Trata-se, enfim, de levantamento amplo, sujeito a aprimoramentos que, esperamos, sejam realizados a partir das contribuições dadas pelos pesquisadores do tema. A base de pesquisa o catálogo de filmografia da Cinemateca Brasileira, disponível em <http://www.cinemateca.gov.br/bases/FILMOGRAFIA/>, de onde retiramos as datas de referência (ano de produção/lançamento), o nome original do filme e o(s) nome(s) do(s) diretor(es). A tabela também inclui a indicação de metragem de cada filme de ficção ao lado do seu nome original, sendo [C] para curtas, [M] para médias e [L] para longas-metragens[2] e o link para a entrada do filme no banco de dados da Cinemateca Brasileira (para acessar, basta clicar sobre o nome do documentário). Para os filmes cuja ficha técnica não está disponível no catálogo da Cinemateca Brasileira elaboramos fichas nas quais constam as informações disponíveis. Este levantamento atualizado que se apresenta teve como ponto de partida outros levantamentos de documentários anteriormente realizados, entre eles um que incluía também filmes de ficção, feito por Mônica Kornis, a quem agradecemos. Alguns filmes possuem verbetes disponíveis na Enciclopédia Itaú Cultural, disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/>. Para acessá-los basta clicar na palavra "verbete" ao lado de cada filme. Os filmes que possuem duas datas de referência tiveram seu lançamento retardado por motivo de censura. [1] Esse levantamento, coordenado por Eduardo Morettin e realizado pelos bolsistas Mariana Rosell, Rafael Dornellas Feltrin e Bruna Tsarbopoulos de Resende, faz parte do projeto de pesquisa "Cinema e história no Brasil: estratégias discursivas do documentário na construção de uma memória sobre o regime militar" (2014 a 2016), financiado pelo CNPq, e do Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo. [2] Para essa classificação, utilizamos como parâmetro as seguintes definições de duração: curtas = até 30 minutos, médias = de 30 minutos até 70 minutos e longas = a partir de 70 minutos. Na base de pesquisa da Cinemateca Brasileira, não é utilizada a categoria de médias-metragens, contudo, achamos importante diferencia-los dos documentários de até 30 minutos. A Filmografia é melhor visualizada nos navegadores Safari e Google Chrome |
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